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Como a pandemia pode mudar a arquitetura?

Estamos vivendo uma rotina muito diferente por conta da pandemia causada pelo Coronavírus/ Covid-19 no mundo. Aqui em casa todo cuidado é minucioso.

 

Temos a zona do perigo, perto da porta onde apoiamos os calçados. Assim que entramos, começa o ritual, passamos álcool gel, os sapatos são higienizados, tiramos a roupa que já vai para a máquina e tomamos banho.  Por conta da nossa bebê, a higienização é intensa! Imagino que com vocês não seja tão diferente.

 

 

Confesso que já praticava esse hábito de retirar os sapatos ao entrar em casa, pois queria manter o apartamento limpo por mais tempo!

Esse hábito não é tão incomum, já tivemos clientes que nos pediram um espaço na casa para os sapatos. Sabemos também que não é toda a população brasileira que tem essa preocupação mas com essa rotina intensa acho que as coisa deverão começar a mudar.

 

Os asiáticos tem isso como sagrado. Os japoneses têm o costume de tirar os sapatos logo que entram em casa e nas casas alheias. Os sapatos são permitidos apenas nas entradas das casas, numa área chamada GENKAN (pronuncie guenkan). O GENKAN localiza-se sempre um degrau abaixo da entrada principal da casa. É a área de entrada tradicional para casas e prédios japoneses constituída de uma varanda, ou uma sala, com um tapete onde deve-se retirar os sapatos.

 

 

Por que tirar os sapatos?

Por dois motivos: o primeiro, é óbvio! É por uma questão de “limpeza” da casa. Uma casa com um chão limpo é sempre agradável. A ideia básica é proteger o interior da casa de contaminação trazida de fora. Mas não é só “higiene física”. Também podemos falar de “higiene espiritual”. Quando você tira os sapatos, você se liberta de todas as “energias impuras” lá de fora, da rua. Tirando os sapatos sujos e deixando-os na “genkan”, você não deixará que essas energias invadam a harmonia do seu Lar; os japoneses são muito ligados às energias.

 

 

Além disso, os japoneses têm uma forma muito profunda de compreensão da diferença entre os espaços. O genkan é uma espécie de pós posto de fronteira entre o mundo exterior e o santuário da casa.  Mesmo quando entrar em sua própria casa (uchi, o que significa dentro), o ato de tirar os sapatos é um símbolo de abandonar as preocupações e problemas, bem como a sujeira do mundo exterior.

 

 

Na verdade, todas as epidemias que passaram pelo mundo trouxeram alguma mudança no hábito e cultura dos povos. As medidas sanitaristas na Europa, no final do século 19, mudaram os hábitos da população, impondo leis governamentais para que as pessoas varessem suas casas e lavassem as mãos. Nessa época, os avanços da Ciência e a descoberta das bactérias a compreensão sobre higiene passou a ser difundida.

 

 

Depois de algum tempo, essas práticas de saúde se mostraram muito efetivas e tornaram-se rotina. Era muito comum existir nas casas as alcovas, quartos sem nenhuma janela. Depois que perceberam que a não ventilação colaborava com a propagação de doenças, então elas deixaram de ser autorizadas.

 

É claro que essas mudanças não serão para já, mas com tanto impacto que esse vírus tem gerando ao redor do mundo é fato que nossos hábitos vão mudar.

 

Pode ser que futuramente tenhamos um lavatório de mãos na entrada da casa para facilitar a higienização.

 

 

Mudança da posição da lavanderia no layout da casa, mantendo mais próxima dos banheiros.

 

 

 

 

As sapateiras e roupas para serem penduradas na entrada da casa.

 

 

 

 

Ou até mesmo entradas separadas que vão direto para os toaletes, para que a higienização aconteça antes de entrar.

 

 

Vocês já pensaram sobre isso? Qual outro hábito que vocês acham que poderão vir a causar mudanças no design e na arquitetura de nossas casas?

2 Respostas para Como a pandemia pode mudar a arquitetura?

  1. Meninas, vocês sempre à frente do tempo, sou fã incondicional!!!

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